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Um susto atordoante, desses que tiram a pessoa do senso normal, do equilíbrio do pensar e das ações.

“Um dos que comem comigo me trairá”. Era o que ninguém poderia esperar, mormente de um processo de escolha desenvolvido por Jesus e precedido de intensa oração.

Por quê? Não é apenas uma indagação humana denotante de perplexidade e de desinformação. É uma constatação das incríveis disposições humanas. Contudo, não se lê na Escritura sequer um libelo de Jesus contra Judas.

Há perguntas que trazem em si o próprio fato de que tratam. São afirmações cavilosas de quem se prazenteia em falácias, não raro, envoltas em sombras… 

Teria Jesus se equivocado na escolha dos doze? Decerto, não! Ocorre que alguém teria de ser chamado. Isto eu ouvi, um dia, do saudoso Pastor José Almeida Guimarães, sob as mangueiras centenárias do nosso Seminário. 

E os chamados são humanos… Nenhum anjo! (1Pe 1.12). A capacidade ética para falar em nome do Cristo não estava no que os discípulos eram, ao tempo em que foram chamados, mas no que viriam a ser. 

Todos foram transformados pelo poder do ensino de Jesus, menos um, que se rendeu ao inimigo, embora tivesse o mesmo Mestre e recebesse os mesmos ensinos. 

Mas, há algo mais que se pode inferir desse impressionante quadro bíblico. Várias relações podem ser feitas. 

Uma delas – a maior de todas – é o amor incondicional do Filho de Deus. É o mesmo amor, que a ninguém descarta. O amor de Deus não é seletivo. 

Outra inferência aponta para a igreja. Toda a heterogeneidade que se pode ver naquele grupo, no ato essencial da Ceia do Senhor, também se pode detectar na igreja. 

A Igreja de Cristo não é feita de iguais, mas de diferentes que se tornam um em Cristo (Jo 17.20-22). O Sumo Sacerdote da oração de João 17 desempenha, de modo incomparável, o seu papel.

Desponta e se impõe, mercê da boa consciência, a figura do corpo, criada por Paulo (Ef 4.5b; Rm 12.4,5). Os membros de um corpo não se rejeitam.