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O cenáculo marcou um encontro de irmãos. A casa do pai não o é senão a casa dos irmãos. Não pode não ser entendida senão nesta perspectiva. 

É muito sintomático o “diálogo” travado entre pai e filho, na parábola de Lc 15.11-32. Sintomático de família e de igreja. 

Vejamo-lo em pormenores. Ao referir-se ao moço retornado, o pai o chama de “meu filho” e “teu irmão”. O rancoroso irmão mais velho, de “esse teu filho”. 

E disse algo mais que a porção bíblica não menciona. Tirou-o de sua cabeça, de seus sentimentos convulsionados. 

“Esse teu filho” (30); “Esse teu irmão” (32). São expressões denotantes de sentimentos díspares, confrontáveis. Filho irado e pai amoroso têm posições divergentes. 

Disse-o acima tratar-se de sintomas na família e na igreja, mormente, se se pensar em igreja como família. E não pode não ser. Eis que temos o mesmo Pai e, pois, somos irmãos, sendo Jesus o “primeiro entre muitos” (Rm 8.29c). 

Uma família como uma igreja têm tudo para viver em harmonia. Afinal, todos são contemplados com a mesma bênção (Lc 15.31). 

A mente obtusa de um irmão colérico não lhe permite entender que a casa do pai é igualmente sua. 

Por que esses desencontros acontecem? Talvez por miopia espiritual, alguém dirá. Talvez por insubjugado egoísmo; ou ciúme indomado, outros dirão. Qualquer que seja a fraqueza, há um pouco de tudo e muito pouco de Evangelho. 

Discriminações, recriminações, não têm espaço na Casa do Pai! Quando tais desvios de acuidade e de conduta ocorrem, talvez aí se possa enxergar uma como síndrome de Eli (1Sm 1.13b). 

É muito triste e com visível poder de desarticulação, que essas demandas aconteçam. Não se tem notícia de que o sacerdote se haja desculpado perante a mão de Samuel. 

Grandiosa evidência, a postura do pai, na parábola, frente aos dois filhos! O irado é filho e é desafiado a recobrar a consciência. O pródigo retornado é filho e é festejado. 

A festa na casa do Pai é de todos! O sacrificado foi apenas o bezerro.