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A sétima X – A Fé –

“… entrego o meu espírito” (Lc 23.46). Fé é uma palavra pequena na grafia, mas grandiosa em seu sentido e alcance.

Talvez não tenha a força verbal (é um substantivo) da terceira pessoa do singular do verbo ser. Mas é verdade que nenhum cristão consegue entender a força do “Ele é”, relativamente a Deus, se não for capaz de aquilatar o “Eu sou” de Isaías 41.10b, texto que reafirma suas muitas referências no Antigo Testamento.

No Novo Testamento, pelo menos sete vezes Jesus usou a mesma expressão, falando de si mesmo. A força do “Eu sou” define a eternidade, seja do Pai, seja do Filho (Is 43.13; Jo 1.3; Hb 1.2; Cl 1.17).

As asseverações bíblicas são a base da nossa fé. Se a Palavra declara o “Eu sou” como Criador e sustentador de todas as coisas, e da nossa vida em particular, não temos de impor dúvida ao sagrado texto, a menos que para ele tenhamos sucedâneo ou que com ele não tenhamos qualquer relação.

A fé é fundamental para a nossa identificação com Deus. Note-se que estou falando de identificação. Não falo de conhecimento teórico, falo de experiência com

Tão determinante é isto, que o autor aos Hebreus (11.6) sentencia: “… sem fé é impossível agradar a Deus…”. Falo de relação, porque o texto relaciona o crer na sua existência com o galardão que dele recebemos.

Fé, portanto, não se restringe a puro assentimento intelectual. Não é pura cognição. É experiência – são estes os dois vieses primeiros de Pistis (Fé).

Um pouco acima falei de sentido e alcance da palavra fé. E aí entra o aspecto prático, pragmático, que é a obediência (Jo 14.21, 23). Verdade seja: João atrela a obediência ao amor. Em 5.24, é feita a correlação do amor com o ouvir a palavra. Difícil será dissociar o amor da disposição de crer.

Podemos ir à luminosa galeria dos heróis da fé (Hb 11.4-29). A obediência é vista, por exemplo, no pai da fé – Abraão (8). Impossível será não enxergar obediência pela fé em tanto e tão abnegado heroísmo.

Mas, agora, desçamos a nós mesmos. Temos fé no Deus Eterno e Todo-poderoso? Falamos de fé, mas andamos ou vivemos por fé? (2Co 5.7). Ou precisamos, também nós, ver para crer, como o inconsequente e incrédulo Tomé? (Jo 20.24-29).

Quão pequena será a nossa fé, se dependermos do reducionismo das imagens para crermos em Deus!

Quão infantil será a nossa fé, se dependermos de “frases de efeito” (não muito mais que o senso comum) para referirmos ao nosso espírito o Absoluto!

Quão limitada de expressão será a nossa fé, se o nosso modo de pensar e jeito de ser não nos compuserem com o pensar e com o modelo do “Senhor nosso e redentor nosso”! (Sl 19.14b).

Tão significativa será a nossa relação com Deus quanto decisiva seja a nossa disposição de conviver com Ele por meio de Jesus Cristo.

Não há vínculo para essa relação que substitua, à altura, uma fé genuína.