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O cenáculo é um lugar, mas é também modelo. O que Jesus ali ensinou tem aspectos teológicos, morais, éticos, eclesiásticos, pastorais – é o Cristo, enfim!

O lugar – trata-se de um “quarto no andar superior”, indicado por Jesus para sua última ceia terrena com os seus discípulos (Mc 14.13-16). O lugar está definido: “um espaçoso cenáculo mobilado e pronto…” Nada de improviso!

O preparo – coube aos discípulos (a igreja) fazer os preparativos (15). Há papéis claramente definidos para a igreja, que não os deve ignorar. Por quê? Porque as consequências da inação respingam sobre ela.

A teologia – talvez aí residam os motivos de divergências doutrinárias entre os cristãos. Ao tomar o pão e o cálice, Jesus disse: “É o meu corpo e o meu sangue” (Mc 14.22, 24). É o cumprimento da “nova aliança”.

É a proclamação do que representam. Corpo e sangue foram efetivamente dados, na cruz. Não há conferição automática de graça aos participantes. O traidor, como os demais discípulos, recebeu os dois elementos. E era Judas…

O aspecto moral – é dito que a igreja é o “corpo de Cristo”, não, literalmente, o pão e o vinho (1Co 12.27). Já as palavras de Jesus, estas sim; são o seu corpo e o seu sangue (Jo 6.63ss). Aonde for e onde estiver, a igreja haverá de ser um sinal visível do Cristo perante os seres humanos (1Co 11.26). A todos os seres humanos a graça da fé é anunciada.

A ética – não compete à igreja definir quem é ou não espiritual, tal que esteja em condições de participar da Ceia do Senhor (1Co 11.27, 28). Jesus não o fez, mesmo sabendo que diante dele estava o traidor. Há, aí, espaço para arrogância? Não, decerto. 

A eclesiástica – Jesus reuniu-se com os seus discípulos. Uma igreja sem placa, sem distinção – é a igreja do Senhor (aí configurada), na sua gênese. Denominacionalismo exacerbado é contrário ao Espírito de Cristo e do Evangelho.

A pastoral – Jesus Cristo é o Pastor de todas as ovelhas. A nenhuma ovelha o pastor defenestra ou afasta da cena, da senda, da casa, do labor no Reino; ainda quando tenha pensamentos diferentes, ou um perfil diferente, artificialmente nomeados; a menos que essas diferenças comprometam o caráter do Evangelho. Mesmo assim, o Pastor acolhe a ovelha desgarrada (Lc 15.4-7; Mt 18.15ss; 26.49, 50).

Fantástica é a imagem usada por Paulo sobre o corpo! (1Co 12.12ss). Outra figura interessante é a da nossa mão. Os dedos não são iguais. Disto depende sua consistência, sua força.

A ideia de corpo compreende todas as partes do corpo. Como numa orquestra, a harmonia se faz com os diferentes instrumentos. Igreja é assim.