- outubro 17, 2024
- Pr. Válter Sales
Nenhuma forma aumentativa, em qualquer língua, é suficiente para definir o amor de Deus em Cristo (Jo 15.13).
Jesus é a manifestação humana, visível, do amor de Deus. O que antes estava oculto foi revelado, estando, já, a história madura para concebê-lo (Cf. Cl 1.15).
Paulo alude à “plenitude do tempo” (Gl 4.4). É o “mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações…” (Cl 1.26, 27). É agora revelado como esperança em nós. Esperança que se traduz como certeza (Rm 8.24).
A última palavra do nosso “acróstico” é Extremo, sobrepondo-se a Ironia, Dúvida e Acusação, bem peculiares a seres humanos.
Extremo, porque indefinível, incomensurável. Se nos falecem palavras para referir o amor de Deus, valhamo-nos da expressão máxima, atemporal – Eterno, como atributo do Eterno (Jr 31.3b).
Esta marca do amor de Deus, diz Jeremias, vem “de longe”, vem dos arcanos da eternidade, e se projeta como benignidade para sempre!
Como aquilatar, se é finita a nossa mente, aquilo que é infinito? Perdem-se os homens em suas racionalizações; confundem se os sábios aos próprios olhos em sua sabedoria; e os liberais, nas elucubrações de Schleiermacher, em seu liberalismo teológico.
Igualmente, não ficam de fora os arquitetos do fundamentalismo ou de uma ortodoxia hermética, em seus meandros, a um tempo, seus descaminhos…
E não quero esquecer os adeptos do “populismo” cultual, vazio e desnudo de valores reais e da força do convencimento, por muito que a arguam.
“In medio stat vǐrtus”, ensinou, no século IV a.C., o estagirita Aristóteles. Bem que os pretensiosos “apologistas de si mesmos” poderiam mirar-se no equilíbrio essencial espelhado no Filho de Deus!
Voltemo-nos para o quadro “quase caótico” do corpo discipular. Não os marcaram, para o curso da vida, os seus próprios modos. Marcou-os o amor de Cristo. Não precisaram tornar-se bons para serem aceitos. Foram aceitos e tornados bons. É o amor que nos aperfeiçoa (Cl 2.10a; 1Jo 4.17).
Jesus é o centro, não apenas na famosa pintura de Leonardo da Vinci – a “Santa Ceia” –, obra produzida entre 1494 e 1498. Jesus, com o seu inarredável amor, é o centro de Si mesmo e de nossa vida.
Quem lhe parecesse inapropriado para a Grande Comissão, foi por Ele acolhido, tratado, ensinado, formado e incorporado ao seu ideal, que deve ser o ideal da sua Igreja.
O que transpira de Jesus é o amor. O que o impulsiona e o compunge, desde as veras da alma, é o amor. Se falta amor, falta tudo. Falta Deus, falta Jesus, falta o Espírito, falta a Igreja, falta o Evangelho (1Co 13.1ss; 16.14; Jo 13.34, 35; 15.12).
O centro da Grande Ceia é Cristo e seu amor extremo (Jo 15.13; Ef 5.25b).
