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Morre-se só, é fato; para quem se extingue com a morte ou na morte. Não é o caso de Jesus, o Cristo. 

A morte não é o fim para quem tem alma. Esta, a morte em sentido moral e espiritual. 

Qualquer literalidade imposta a Ezequiel 18.4 e refs., pode aviltar-se diante do sentido geral da Sagrada Escritura. Claudica frente a um trabalho exegético ou hermenêutico sério. 

Quem morreu, Jesus ou o Cristo? Jesus é o homem – “filho do homem” –, identidade ou título messiânico preferido de Lucas. Cristo é o Messias, o ungido, o imortal, que tem em si a vida eterna, infere-se da cristologia joanina (Jo 1.4). 

O filho do homem e, com Ele e nEle, o Messias, ressurge; pois que não pode confinar-se nalguma finitude (Fp 2.6-11; Jo 1.1, 14). 

Debateram-se os Concílios: Niceia (325), que discutiu a natureza divina; e Calcedônia (451), que reafirmou as naturezas humana e divina de Jesus Cristo. O homem foi morto e ressuscitado. O Deus-Cristo é imortal, eterno. 

Esses debates ocorreram no fragor das controvérsias cristológicas. Para os cristãos, que conhecemos o Cristo pela revelação bíblica e na experiência da fé, não seriam necessários. Basta que entendamos Jo 1.1-14; 10.30; Fp 2.6-11; e João, em nítida afirmação da experiência (1Jo 1.1-4). 

Mas, morre quem é mortal. Nós morremos, física e espiritualmente. A morte física decorre da falibilidade da matéria. Há uma inexorável curva biológica. A morte espiritual resulta da rejeição da oferta salvífica de Deus em Cristo.

Então, podemos morrer duas vezes. Paulo afirma que podemos morrer em nossos pecados; mas, também, gloriosamente podemos ressuscitar com Cristo (Rm 6.8-10; Cl 2.12). 

Temos esta esperança como “âncora da alma” (Hb 6.19), para além de qualquer véu! 

Aqui, nesta vida, já “vemos” a nossa redenção (Rm 8.24). Paulo vai além (1Co 15.12-19). 

Aos olhos humanos, a morte cruel imposta a Jesus cumpriu a sanha humana. No plano divino, abriu-se a porta da redenção a “todo aquele que nele crê” (Jo 3.16; At 2.21; Rm 10.13; Tt 2.11-14). Há propósito e há vontade (1Tm 2.4-6). 

Para nós, cristãos, a morte não é o fim. Mesmo que o apego a esse mundo e a expectativa da falta de entes queridos ponham abaixo as cidadelas da nossa alma.