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Melancolia, nostalgia, e correlatos, são termos que talvez traduzam o desarvorado sentimento dos discípulos após a morte de Jesus. Muito se fala em “dor da separação”, mas não a entende quem não a experimenta. 

Desencanto é a sensação da perda de todo encanto; do que era e já não é. Frustração, desilusão, perfazem o seu âmbito. 

Acabrunharam-se os discípulos com o crepúsculo da sexta-feira trevosa. E tudo lhes parecia sombrio para o dia seguinte, em que a religião estagnava a vida. Também, sombras – discreta esperança – do que havia de vir: a eclosão da vida, no esplendor matinal da ressurreição. 

Mas, até que, tudo é desnorteante. “Vou pescar”, disse Pedro, confrangido (Jo 21.3). Seguiram-no os outros. E já não sabiam pescar; o mar é, agora, insólito… 

Esconder-se, por medo dos judeus, é a alternativa (Jo 20.19). E já o Cristo saíra do túmulo e lhes oferece paz. 

Há que recobrar ânimo quando o desalento invade a alma. Mais que trancados em casa, estavam os discípulos trancados em si. Niilificados… 

Cabisbaixos, iam Cleopas e Simão (?) na direção de Emaús, e já não se apercebiam da presença do ressurreto, nem entendiam as Escrituras (Lc 24.13ss). 

Uma fé enfraquecida ofusca a percepção e intoxica o coração, que já não arde, e se lhes obumbra a esperança (Lc 24.21, 32). 

Hoje somos descendência direta dos fragilizados e contristados discípulos do Senhor. As circunstâncias, por vezes, conspiram contra nós. E, quais discípulos “pós-gólgota”, também desfalecemos. 

Recobrar ânimo é também recobrar valores. É preciso voltar à História Sagrada e, ainda, revivescer-nos em nossa particular história. Recordar o que Deus já fez e continua fazendo em nossa vida. 

O “regozijai-vos” (duas vezes) de Fp 4.4; cf. Jo 13.7, mostra-nos que Deus venceu a nossa morte (1Co 15.55-57). Mostra-nos, igualmente, que Ele continua cuidando de nossa vida e, com a vida, das circunstâncias que nos cercam. 

Portanto, firmeza e constância! Em Cristo, nada terá sido ou será em vão (1Co 15.58). Que nos poderão fazer os homens? (Sl 118.6-8; Rm 8.31-39). 

Levante-se, filho de Deus! Em meio a desapontamentos, estamos em boa companhia. Podemos, inclusive, suplantar eventuais ou renitentes fatalismos.