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Traduza-se tibieza por fraqueza, frouxidão, falta de ardor. Medo, com suas variadas acepções. Os discípulos foram dominados pelo medo, após a morte de Jesus. Sua segurança dependia da presença física do Senhor. Medo avassalador, só revertido depois da monumental experiência do Pentecostes (At 2). 

O medo atordoa, emudece, paralisa o ânimo, amordaça os brios. O medo mortifica. 

Medo mórbido (doentio) se cura com coragem objetiva e inteligente. Seria o caso de se conjugar as duas primeiras virtudes principais, enunciadas por Platão: Sabedoria e Coragem. As duas perfazem o equilíbrio ou moderação. 

Restou aos discípulos de Jesus, cuja formação, a rigor, ainda não se completara, fugir, esconder-se. O medo encolhe as pessoas, mesmo que se hajam por suficientes – autossuficientes. 

Nenhum enfatuamento (vaidade, presunção) produz as condições necessárias ou capazes de garantir a firmeza do pensar ou a capacidade no agir. 

O gigante Paulo confessou: “A nossa suficiência vem de Deus” (2Co 3.5, 6; 9.8; 1Co 3.5-9; Fp 4.13). 

O menino ruivo Davi dispensou equipamentos de proteção humana e se ancorou no Todo-poderoso (1Sm 17.38-40, 42-47). 

De Deus vem a nossa força (Sl 28.7; 46.1, 10, 11). A grande e grave questão da vida, em nossa relação com Deus, é saber se somos capazes de crer – “como diz a Escritura” (Jo 7.8a). 

Apenas quando verdadeiramente cremos, é que podemos fazer declarações categóricas em nome daquele que tudo pode. Declarações que expressem nossa real experiência com Ele. 

Ocorre que nos habituamos a fazer “declarações de fé” muito apressadas e inconscientes. Os primeiros discípulos de Jesus as fizeram, várias vezes. 

Resultaram precipitadas e inconsistentes. 

Se o falar não é verdadeiro, as palavras caem no vazio. Desacreditam o caráter moral do falar. 

É necessário pensar antes de falar, seja no falar com Deus, seja no falar aos homens. O falar é moral, repita-se (Mt 12.36; 5.37). 

Após a cena dolorosa do Calvário, os discípulos se renderam ao medo (Jo 20.19). Isso ocorreu já no julgamento, como na crucificação. Isto mesmo pode ocorrer a nós outros hoje, nos embates ordinários da vida. 

Que nos resta? É olhar para o Deus Eterno, como Ser pessoal presente entre nós. Confiar-nos a Ele (Dt 4.7; Mq 4.5; Hb 12.2, 3). 

Quer nutrir-se no espírito? (Ef 6.10-18). O medo se diluirá.