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Em Jesus, a alegria imiscuiu-se na consciência da missão, e mesmo o que lhe seria uma necessidade básica não colidiu com a vontade soberana do Pai (Jo 4.34). 

Pode-se chorar por dentro e por fora. As lágrimas que tremulam pela face são visíveis, e doem menos, porque entornam. O choro interno – choro da alma – encharca a interioridade. 

A dor que dói por dentro é mais dolorosa. Fere as entranhas. É reservada e silenciosa. 

Não há registro de um Jesus às gargalhadas…, ou, simplesmente, sorrindo. Ele deveria ser alegre, feliz, conquanto incompreendido mesmo pelos seus irmãos (Jo 7.5). 

Imagino que sua compenetração e devotamento à árdua missão não lho permitissem extravasões fáceis. Jesus viveu inteiramente voltado para um múnus doloroso, que culminaria no Calvário. 

Em verve eloquente, o pregador Rubens Lopes declarou: “Ele nasceu para morrer como nós nascemos para viver”. Retórica, apenas? Decerto, não. 

Jesus foi homem sofrido (“homem de dores” – Is 53.3). Sofreu por nós, verdade essa, creio, não ainda considerada em seu elevado grau de importância. 

No Getsêmani, Ele deve ter chorado a cântaros; um choro sentido, convulso, espremido na alma; na expectativa de uma dor mais atroz. 

“Metade nunca se contou do amor…” diz um dos nossos velhos e queridos cânticos.

Os ditos não precisam ser extensos para que expressem muito. Há grandeza em João 11.35 – “Jesus chorou”, ao encontro dos seus amigos em Betânia. 

Há delírio do povo, que o aclama Rei, mas Ele chorou ao entrar em Jerusalém, vendo a Cidade Santa e antevendo o que lhe adviria (Lc 19.38, 41-44). 

Caminhando ao Calvário, Ele consolou as mulheres que choravam, e apontou outra razão para as suas lágrimas (Lc 23.28-30). 

O drama do Calvário, que culminou com a morte do Justo, não foi o fim. As sucessivas gerações ouviram e hão de ouvir a história da Redenção e do mistério da morte que gera a vida. 

Mistério porque a vida promana das entranhas da morte de Jesus.