- novembro 17, 2024
- Pr. Válter Sales
A primeira:
“Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem” (Lc 23.34). A ignorância não atenua a culpa…
A força do perdão fulgura ainda que na morte. Como invencível foi a morte de Jesus, o Messias, igualmente, o poder do seu perdão (1Co 15.55; Hb 8.12; 2Cr 7.14).
O que o Filho de Deus proclamou, enquanto crucificado, condensa sua vida e ministério. É sua identidade: quem Ele é e sua missão.
A cruz é a síntese mais completa da História da Redenção. Quem ouviu e compreendeu o que Jesus ensinou em vida, viu e ouviu, em sua morte, numa sinopse perfeita.
São sete expressões recolhidas pelos evangelistas.
O que poderia ser a pior das derrotas foi o maior dos triunfos. Era só esperar o tempo por Ele mesmo anunciado (Mt 27.63b – “depois de três dias ressuscitarei”). Perder a noção do tempo poderá subtrair-nos a percepção do agir de Deus.
Sem apelo à numerologia:
O número 3 lembra-nos Moisés: mão erguida ao céu e trevas densas sobre todo o Egito (Êx 10.21-23).
Lembra-nos a proclamação, por Serafins, da Santidade do Deus Altíssimo (Is 6.2, 3). A Trindade é Santa, não seria uma boa inferência?
O número 3 lembra-nos Daniel ajoelhado três vezes por dia “orando e dando graças a Deus” (Dn 6.10). Os discípulos (judeus) oravam três vezes ao dia – a “hora da oração” (At 3.1).
Sugere-se que o número 3 “pode ser usado para indicar algo completo ou perfeito”, conquanto a preferência recaia sobre o número 7, a indicar plenitude, perfeição, totalidade, completude divina.
Voltemos à primeira palavra: “Pai, perdoa-lhes…” – Com que termos poderíamos nós, na inexpressão e palidez de nossa verve, sublinhar ou aferir a grandeza do amor de Jesus? Falece-nos a palavra precisa.
É também por sua grandeza que a nós, pobres mortais, resta o apelo à Pessoa, que se permite a relação. Nisto, que porta se nos abre!
Perdão assim, indizível, não pode não ser senão relacionado com o Eterno – de sempre ou “de longe” (Jr 31.3).
É Deus. É Jesus. É a graça que basta. É o infinito de si mesmo.
