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No relato número 3, havia muita gente para pouco espaço. Neste, há muita grandeza para qualquer espaço. Falo de Jesus, o Senhor de todos nós.

Desafia-nos o pensar em seu silêncio perante Pilatos (Lc 23.3; Jo 19.9, 10). Já antes falara de si mesmo (Jo 18.37, 38). Não sem propósito e não com pequena ironia: “Tu o dizes”.

Silêncio-resposta a provocações de quem não quer assumir o peso de uma verdade patente e presente – Jesus. “Tu o dizes”. E só.

Não escondo que sou um aficionado do silêncio. O silêncio é afirmação sobretudo diante de inverdades, bazófia, parolagens. O silêncio é o reduto das boas ideias – boas e bem elaboradas –, dessas que se não fazem no burburinho, num matraquear desmedido e insólito. 

Prefiro o silêncio, não o emudecimento; porém, meio de emanação. Silêncio quando construtivo. Não como fuga, como insolência. Silêncio sem sofismas. 

Irremovível, ante homens perplexos, meio assustados com as suas palavras, não propriamente as que diziam de sua oferta (corpo e sangue), mas a denúncia de que entre eles havia um traidor; serenamente ele dá os penúltimos passos para a consumação de sua obra.

Não há expressão humana capaz de definir a postura de Jesus, nem a lógica de todo esse processo. Não é uma questão de lógica humana. É uma determinação de Deus, calçada num amor que nós também não conseguimos definir. O Santo está entre pecadores; escolhidos para o apostolado, mas pecadores.

Há um certo mistério, em que a verdade promana do incompreensível. É algo que pertence aos domínios do Altíssimo (Dt 29.29).

Jesus é o centro. Tudo para Ele converge e dele tudo demanda: o sim e o não, “O querer e o realizar” (Fp 2.13). É a Ele que devemos ouvir. E Ele está na Palavra. 

A ceia é o fenômeno indicador do que a igreja haveria de celebrar, e com que desprendimento! Repetir-se-ia sem a presença física de Jesus, senão da sua palavra: verdadeiramente seu corpo e seu sangue.

Hoje: Pão e Vinho, vivos na representação, vivos na teologia, vimos na memória, vivos na fé, vivos na prática.\

“Tomai”. “Reparti-o” – “Até que Ele venha”.