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A sétima II – A Comunhão –

“… entrego o meu espírito” (Lc 23.46). Nenhuma comunhão se efetiva sem confiante entrega. Nisto reside a capacidade de desprendimento. Nenhum exemplo superou o de Jesus de Nazaré.

A possibilidade de comunhão entre Deus e nós, seres humanos, é um genuíno produto da graça divina. Tornou-se plena com a encarnação do Cristo em Jesus (Jo 1.14; cf. Gl 2.20; Fp 1.21).

Resulta do amor do Ser perfeito a seres imperfeitos. Do Santo aos pecadores. Do que é puro ao humano impregnado de impureza.

Quando Deus se deliberou tornar-se humano, em Jesus Cristo, abriu as portas à comunhão, fechadas que foram desde que Adão e Eva foram expulsos do Éden (Fp 2.7; Gn 3.23).

A expulsão rompeu os laços da comunhão. Entretanto, Deus tomou a iniciativa de reatá-la por meio do seu Filho, e o fez de imediato (Gn 3.15).

O amor não se contém na inércia. Por sua natureza não consegue não se projetar. Então, Deus atribuiu-se humanidade para uma relação natural.

O amor é “irrequieto”, até que se projete ou se aplique. Não amar seria uma contradição daquele que é amor (1Jo 4.8, 9).

Nos escritos de João, amor e comunhão se completam (1Jo 4.20, 21; Jo 13.34, 35). Na esfera humana, a comunhão mais natural é a afirmação de um amor até então apenas verbalizado.

Parece de desmedida gravidade dizer que ama a alguém – um irmão na fé, por exemplo – se com ele vive desfraternizado. É taxativa negação da linguagem própria da real experiência cristã.

É bem provável que se tenha aí uma explicação para o esvaziamento da pregação, como, de igual modo, de outras práticas religiosas. Se um porta-voz da verdade bíblica falseia no falar, algo precisa ser mudado…

Há de haver sensibilidade e cuidado para que o nosso modo de agir não negue eficácia ao que dizemos, e não resultemos desautorizados naquilo que afirmamos, com perfil piedoso (2Tm 3.5; 1Co 9.27b; Tg 2.12).

O Espírito Santo não age onde não houver harmonia. Contendas, disputas, ciúme, malquerença, como outras tantas sinalizações da carne serão motivo de entristecimento do Espírito (1Ts 5.19). A pergunta de Amós requer resposta (Am 3.3).

Dessarte, o barco de nossas vidas poderá emperrar, quando não naufragar.