- dezembro 5, 2024
- Pr. Válter Sales
A sétima IV – A Mente –
“… entrego o meu espírito” (Lc 23.46). Não há tribunal mais inclemente que o senso próprio ou o juízo sobre si mesmo. Ao entregar o espírito, Jesus tinha plena consciência de haver feito tudo que o Pai lhe deu a fazer.
Os problemas que mais nos afetam são aqueles que temos em nós mesmos. O recôndito costuma soar alto nos desmandos…
Ora, não se pensam feridas do espírito apenas com agentes externos, com “psicologismos místicos” ou apelos a uma fé sabidamente não alicerçada. Necessária se faz uma intervenção divina, pelo Espírito, pela Palavra (Hb 4.12).
E não é isto pura retórica ou lógica de primeira expressão. É algo que, quanto mais nos afeta, menos se dissimula.
Os maiores perigos são justamente aqueles que, a priori, não se mostram. Sempre nos apanham na inocência.
Jesus sofreu por dentro e por fora. Por fora, chagas expostas. Por dentro, angústia, dor moral, a crueza dos homens; não por Ele, mas por nós (Is 53.4, 5).
Conquanto carregado de culpas – as nossas culpas – não se rendeu à hediondez do que lhe fizeram.
Não perdeu a perspectiva de sua missão, da própria dignidade e da vontade do Pai (Jo 5.30; 6.38).
Paulo seguiu-lhe o exemplo (At 20.24; Gl 2.20; Fp 1.21). Imitou-o até o fim (2Tm 4.7, 8; 1Tm 1.18, 19).
Nossa relação com a própria mente é e será sempre um desafio; sempre contra a carne (Rm 7.14-25).
Podemos e devemos manter-nos no Espírito (Rm 8.6-16); usar todo o tempo para nos aperfeiçoarmos em Cristo (Ef 5.14-21); purificar a mente (Fp 4.8, 9); aprimorar a consciência (1Pe 3.16); todo o nosso ser (1Ts 5.23; cf. Dt 6.4,5; Mc 12.28c-31).
Há de haver vigilância sobre as influências a que somos expostos.
Há de haver muito cuidado para não sermos enredados (Ef 5.6-11; Lc 21.8). Já não me refiro tão somente ao que é pernicioso, mas ao que é superficial, que acomoda a mente.
