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A comunhão, como entendida a partir dos evangelhos, é um desafio à lógica humana. Mas, não é uma questão de lógica. É assunto da graça e do querer de Deus.

Marcos, bastante objetivo em seus relatos, diz: O traidor é o que “come comigo”; é o que “mete comigo a mão no prato” (14.18, 20). Proximidade inquestionável, dir-se-ia, em nossos atuais modos.

Houve inquietação entre os discípulos – “Porventura sou Eu?” (19) – será objeto de detalhada análise em próximos textos. Não há mistério. A comunhão é-nos permitida por Jesus Cristo. Sua ocorrência, contudo, depende de aceitação nossa, vez que a unilateralidade não é sua marca essencial.

É provável que os discípulos não a aferissem, em seu sentido e alcance completos. Que comunhão poderia haver, se dependesse de espíritos confusos?

A comunhão se estabelece entre espíritos elevados. O que a isto não chegar, apenas traduzirá interesses particulares, muitos deles sub-reptícios…

A comunhão, na Ceia do Senhor, é exemplo magno de manifestação do mais elevado dos espíritos – o de Jesus de Nazaré.

Os próprios discípulos, no curso de sua formação e no fragor dos acontecimentos que culminaram na morte de Jesus, não reuniam condições emocionais, morais, espirituais, para um evento tão grandioso e tão sublime.

Encaixam-se aqui ditos sobre Jesus, de João e de Paulo (Jo 13.1b; 1Jo 4.19; Rm 5.6-11, 15-21). É incompreensível! Só caberia mesmo numa inelutável e encantadora expressão de amor.

É muito conhecido, e literariamente pomposo, o termo Koinonia, em geral traduzido por participação, comunicação, sociedade, comunhão, intimidade, união íntima, entre outros sentidos e em seu alcance último.

A comunhão vem de cima, é uma iniciativa do Pai. Em sendo assim, ela nos eleva quando a compreendemos e nela adentramos pela fé e pela obediência.

No “seio de Abraão” (Lc 16.23b, 25c) – é sua provável expressão máxima.