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Ao refletir sobre a última ceia de Jesus com os seus discípulos, idealizei enfeixá-la num Acróstico.

Acróstico é uma composição poética em que um nome (tema) que se queira descrever é formulado, dispondo-se suas letras em linha vertical. “As iniciais de cada verso formam uma ou mais palavras” (Dic. da ABL). 

No caso em análise, tem-se uma criação, não propriamente um nome. Daí surgiu IDAE, para Ironia, Dúvida, Acusação e Extremo. Pura inferência, a provocar muxoxos em críticos literários. 

Inferências. Eis o que narradores deveriam conferir, como direito, aos leitores. Ninguém é dono da última palavra ou razão pura.

Lembra-me Machado de Assis ao desabafar: “Detesto o escritor que me diz tudo”. Malgrado seja um desabafo de um homem introvertido, leitor de Schopenhauer e do Eclesiastes, deve o autor esse respeito aos seus leitores. 

Vamos à primeira letra de IDAE – Ironia – numa celebração de comunhão, tal que, e em que, Jesus fala de sua dádiva vicária.

  • Não é irônico que todos estejam em torno ou diante da mesa do Senhor,
    quando, em verdade, não eram tão irmanados?
  • Não é irônico que, em tal celebração, houvesse gente preconceituosa,
    xenófoba, de modos grosseiros, incrédula e presa a encardidas tradições?
  • Não é irônico que à mesa da comunhão com o Senhor estivesse um
    Judas, traidor, que, já antes, havia tramado a entrega de Jesus aos seus algozes?
  • Não é irônico que o ato iníquo fosse selado com uma saudação
    respeitosa – “Mestre” – e com um beijo?

E, hoje, não é irônico que irmãos, em franca dissimulação, apresentem-se à Mesa da Comunhão, enquanto vivem desfraternizados? 

Tais encenações no altar deslustram o ato cristão e se desviam de seu verdadeiro sentido e propósito. 

Cabe, nesses casos, indicar a exortação paulina, em 1Co 11.28, 29.

Discernir diz de comunhão